O Brasil dá um passo estratégico rumo à soberania tecnológica com o avanço de um projeto pioneiro focado em terras raras para garantir a produção nacional de ímãs permanentes. Desenvolvido por um centro de tecnologia na Grande Belo Horizonte, esse projeto piloto busca consolidar um elo vital na cadeia de produção industrial de alta tecnologia, reduzindo a dependência de países como a China, atualmente líder absoluta nesse setor. A iniciativa se insere em um contexto global de disputa por insumos estratégicos, com os ímãs permanentes sendo peças fundamentais em motores elétricos, turbinas eólicas e equipamentos médicos.
O avanço no uso de terras raras para garantir produção nacional de ímãs permanentes responde a uma demanda crescente da indústria brasileira, especialmente no segmento de transição energética e mobilidade elétrica. A ausência de produção própria desses insumos coloca o Brasil em desvantagem comercial, aumentando os custos e a vulnerabilidade diante de crises externas. Com o projeto sendo executado no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, em parceria com o Ministério de Minas e Energia, a meta é alcançar autonomia na fabricação desses componentes até 2030.
A iniciativa foca especialmente no neodímio, disprósio e praseodímio, elementos essenciais extraídos das terras raras para garantir produção nacional de ímãs permanentes de alto desempenho. Esses materiais são essenciais para equipamentos que demandam eficiência energética e alto campo magnético. A tecnologia de produção está sendo desenvolvida em etapas, desde a purificação dos elementos até a montagem dos ímãs em ligas metálicas. Isso representa não apenas inovação científica, mas também a retomada de uma política industrial mais robusta para o país.
Ao investir em terras raras para garantir produção nacional de ímãs permanentes, o Brasil também busca inserir-se com mais protagonismo na cadeia internacional de valor. A produção local desses insumos permitirá que empresas brasileiras de setores estratégicos, como a indústria automobilística e de energia renovável, tenham acesso a matérias-primas mais baratas e estáveis. Além disso, cria-se uma oportunidade concreta de exportação de produtos com alto valor agregado, rompendo com o histórico de exportação bruta de minérios.
O projeto-piloto conta com parcerias entre universidades, centros de pesquisa e empresas privadas, integrando ciência e mercado em uma colaboração rara no cenário nacional. A aposta nas terras raras para garantir produção nacional de ímãs permanentes requer investimentos significativos em infraestrutura, laboratórios e capacitação de profissionais, mas especialistas defendem que o retorno será elevado, tanto do ponto de vista econômico quanto estratégico. O Brasil, que possui reservas abundantes desses minerais, precisa transformar riqueza geológica em riqueza tecnológica.
A geopolítica das terras raras tem sido marcada por disputas entre potências econômicas, e o Brasil percebeu que garantir produção nacional de ímãs permanentes com base em suas reservas é uma questão de segurança nacional. Atualmente, mais de 80% dos ímãs utilizados no mundo são fabricados na Ásia, e qualquer crise política ou sanitária pode interromper cadeias de suprimento. O domínio sobre esse elo tecnológico protege setores essenciais e oferece margem de manobra para o país em negociações internacionais.
Com a crescente demanda por energias limpas e motores elétricos, as terras raras para garantir produção nacional de ímãs permanentes se tornam ainda mais vitais. Esses ímãs são utilizados em geradores de turbinas eólicas, veículos híbridos, trens de alta velocidade e até mesmo em satélites. Portanto, desenvolver essa tecnologia em território nacional não é apenas uma alternativa econômica, mas uma exigência diante dos desafios ambientais e do futuro sustentável que o planeta exige.
A consolidação da cadeia de terras raras para garantir produção nacional de ímãs permanentes simboliza um novo ciclo de soberania tecnológica brasileira. Se o país conseguir vencer os desafios de logística, pesquisa e industrialização, terá não só autonomia em um setor vital, mas também poderá se tornar referência regional. Minas Gerais, mais uma vez, desponta como celeiro de inovação e motor do desenvolvimento nacional, mostrando que o futuro da tecnologia passa pela valorização do que há de mais profundo no solo brasileiro.
Autor: Alen Barić Silva