Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, doenças autoimunes podem comprometer a fertilidade feminina ao impactar a concepção.

A influência das doenças autoimunes na fertilidade feminina: quando o sistema de defesa atrapalha a concepção

Alen Barić Silva
Alen Barić Silva
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Oluwatosin Tolulope Ajidahun observa que o sistema imunológico funciona como uma barreira de defesa essencial contra vírus, bactérias e outros agentes nocivos. No entanto, em algumas circunstâncias, esse mesmo sistema passa a agir contra tecidos saudáveis do próprio corpo, caracterizando as doenças autoimunes. Além dos danos causados a órgãos vitais, essas condições também podem comprometer de maneira significativa a fertilidade feminina, dificultando a concepção natural e aumentando o risco de complicações gestacionais.

Como as doenças autoimunes afetam a fertilidade

Um dos principais mecanismos envolvidos está na produção de autoanticorpos, que alteram a receptividade endometrial e prejudicam a implantação do embrião. Adicionalmente, essas moléculas aumentam a chance de abortamentos precoces, mesmo em mulheres jovens e saudáveis. O lúpus eritematoso sistêmico, por exemplo, é frequentemente relacionado à infertilidade, assim como a síndrome antifosfolípide, que favorece a formação de coágulos e reduz o fluxo sanguíneo para o útero.

Tosyn Lopes destaca que certas doenças autoimunes afetam diretamente os ovários, acelerando a falência ovariana precoce e diminuindo a reserva de óvulos em idade fértil. Há ainda os distúrbios da tireoide de origem autoimune, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. Nesses casos, a desregulação hormonal impacta os ciclos menstruais, reduz a ovulação e eleva o risco de perdas gestacionais. Esses exemplos mostram que a interação entre imunidade e reprodução é mais complexa do que se imagina.

Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica como o sistema imunológico desregulado interfere diretamente na saúde reprodutiva da mulher.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica como o sistema imunológico desregulado interfere diretamente na saúde reprodutiva da mulher.

Diagnóstico precoce e acompanhamento clínico

O reconhecimento da influência das doenças autoimunes na fertilidade exige um diagnóstico abrangente. Exames laboratoriais permitem identificar a presença de autoanticorpos e avaliar a função hormonal, enquanto ultrassonografias e outros testes de imagem ajudam a estimar a reserva ovariana e a detectar alterações uterinas. A investigação deve ser conduzida de forma integrada, com a participação de ginecologistas, imunologistas e endocrinologistas.

Oluwatosin Tolulope Ajidahun enfatiza que a identificação precoce da condição é um diferencial importante. Detectar o problema antes que haja danos irreversíveis possibilita adotar estratégias de preservação da fertilidade, como o congelamento de óvulos, além de iniciar terapias direcionadas para reduzir a atividade autoimune e proteger a função reprodutiva.

Estratégias de tratamento e alternativas reprodutivas

As condutas terapêuticas variam conforme o tipo e a gravidade da doença autoimune. Em muitos casos, utiliza-se uma combinação de imunossupressores, anti-inflamatórios e anticoagulantes para equilibrar o sistema de defesa e diminuir o risco de complicações gestacionais. Tosyn Lopes ressalta que, quando a tireoide é afetada, ajustes hormonais são essenciais para regularizar o ciclo menstrual e favorecer a ovulação.

Nos casos em que a concepção natural não é possível, as técnicas de reprodução assistida oferecem alternativas viáveis. A fertilização in vitro (FIV), acompanhada de protocolos médicos individualizados, amplia as chances de sucesso mesmo em mulheres com histórico de autoimunidade. Além disso, o suporte psicológico torna-se indispensável, já que o tratamento costuma ser longo e desgastante, tanto física quanto emocionalmente.

Esperança diante dos desafios da autoimunidade

Oluwatosin Tolulope Ajidahun salienta que conviver com uma doença autoimune não significa abdicar do sonho da maternidade. O avanço das pesquisas em imunologia reprodutiva, aliado ao desenvolvimento de novas técnicas de reprodução assistida, possibilita que muitas mulheres alcancem uma gestação bem-sucedida. A chave está no acompanhamento contínuo, no diagnóstico precoce e em tratamentos personalizados, capazes de transformar obstáculos em oportunidades.

Sob essa ótica, compreender a relação entre autoimunidade e fertilidade é mais do que um conhecimento médico: é um caminho de esperança. Enfrentar as barreiras impostas pelo próprio sistema imunológico exige resiliência, mas, com o apoio adequado, torna-se possível transformar dificuldades em conquistas concretas no campo da reprodução.

Autor: Alen Barić Silva

As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.

 

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